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Tem uma cidade em cada pessoa. Sim, pessoas carregam uma Fortaleza em si. Fortaleza também é uma personagem. Com nome de mulher, conjugada em força. Uma cidade que ora presenteia com ternura de tardes em fim singulares, ora nos desassossega com suas ruas violentas. Violência explícita e simbólica... Violência com que bate, xinga e mata nossas travestis que se prostituem em ruas escuras.

 

Cidade que ergue barreiras intransponíveis para quem não está inteiro. Um lugar onde pais querem adotar e crianças choram por paternidade em abrigos. Contradições. Sim, como pessoas, Fortaleza tem contradições. E é isso que a salva. Ela se abre para quem quer transformar. Abriga Joelma, que transformou o luto em luta para tentar diminuir os índices de violência. Acolhe José, que criou um aplicativo para guiar quem não enxerga. Abraça Jânio, que sai das ruas para dar abrigo a crianças. Hospeda Syssa, que abre janelas por meio do conhecimento para alunas trans.

 

É Fortaleza, mas poderia se chamar Amanda, Caio, Evelyn, Mairla, Naélio, Isabelle, Iury, Jeane, João, Juliana, Júnior, Pedro, Paloma, Paulo, Rafaelly, Sarah ou Vitória. Esses jovens estudantes de jornalismo que enfrentaram as noites escuras, vasculharam memórias, emocionaram-se com histórias que apresentam este projeto para dialogar com a sua Fortaleza.

Eulália Camurça

FORTALEZAS

Foto: Sarah Sousa

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